
Uma pressão forte em meu peito fazia meu coração descompassar. Era uma situação agonizante, como se eu estivesse presa, sendo constantemente vigiada. Sentia como se alguém me observava, tentando enxergar além do que via. Um simples olhar não fala sobre você, mas é uma passagem para o mais profundo de sua alma. Poderia dizer até mesmo que era como se alguém invadisse meu inconsciente, bagunçasse minhas memórias, a procura de algo. Ou alguém. Mas escondo algo importante de alguém? Apenas omito o desnecessário, escondo o íntimo e acoberto o particular.
Parecia uma força obscura tentando me desvendar, logo no meu momento mais vulnerável. No meu mundo, onde, em tese, eu controlava. Se algo desabasse sem a minha permissão, era algo mais forte despertando minha desconfiança e meu desespero silencioso. Como pedir ajuda, se a mesma não existe aqui? Eu estava sozinha, enfrentando o desconhecido de mim mesma. Os meus próprios fatos que escapavam de meu entendimento. Se tudo isso era tão meu, tão pessoal, a força maior seria uma parte de mim. Um psicológico reprimido em minhas próprias lembranças. Então era eu mesma que me levava à agonia e ao pânico. Tudo era tão torturante. Tão aterrorizante agora que nada mais estava sobre o controle de minha mente sã.
Meu desejo de escapar desse lugar era pleno. Mas se algo não me permitia sair, seria eu. Levando a confusa conclusão de que minha parte forte ansiava pela minha estadia. Era tudo tão frio. Eu suplicava pela fuga ao mesmo momento que implorava pelas correntes eternas dali. Faltava-me coragem para assumir minha parte escondida. Pedi perdão a mim nos momentos de negação, nas omissões da minha verdadeira vida. Em um impulso apenas após a conformidade e falsa aceitação, rasguei a cortina preta daquele pesadelo. Suspirei aliviada. Tudo teria sido ilusão depois da luz invadir meus sentidos. E novamente eu negava a parte de mim que gritava por tudo ter sido um aviso.
As noites de estenderam turvas.
E só posso encerrar dizendo que isso, de fato, tem ocorrido comigo.